BROMELIACEAE

Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm.

Como citar:

Miguel d'Avila de Moraes; Tainan Messina. 2012. Neoregelia cruenta (BROMELIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

168.188,60 Km2

AOO:

332,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo na região Sudeste (Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e na Bahia (Cogliatti-Carvalho et al., 2008; Martinelli et al., 2008; Forzza et al., 2011). Foi encontrada em restingas ao longo destes Estados, principalmente nas restingas de Grumari, Maricá, Massambaba, Jurubatiba, Grussaí (RJ) e Praia das Neves (ES) (Cogliatti-Carvalho 2008). Essa espécie ocorre próxima ao nível do mar, até cerca de 10 m de altitude, desde o solo das restingas até em afloramentos rochosos próximos ao mar (Meirelles et al. 1999).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

?Espécie amplamente distribuída. Apesar da incidência de ameaças e declínio da qualidade de habitat da espécie,<i> Neoregelia cruenta</i> foi avaliada como "Menos preocupante"<i> </i>(LC).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente na obra Contr. Gray Herb. 124: 9. (1939), N. cruenta pode apresentar grande variação quanto ao tamanho e cor das folhas. Alguns indivíduos podem ainda apresentar folhas quase desprovidas de espinhos (Wanderley et al. 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Restingas, Afloramentos Rochosos e Manguezais (Martinelli et al. 2009). Na Restinga, a espécie pode ser encontrada em Formação arbustiva fechada pós-praia, Formação arbustiva aberta não inundável (fácies baixa) e Formação arbustiva aberta não, inundável (fácies alta), na região de Massambaba, RJ (Araujo et al. 2009). Assunção ; Nascimento (2000) indicam a ocorrência desta espécie em Formação Praial com Moitas, Formação de Clusia e Formação Mata de Restinga.
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks], 13.1 Sea Cliffs and Rocky Offshore Islands, 13.3 Coastal Sand Dunes
Detalhes: Espécie herbácea (Araujo et al. 2009), terrestre ou rupícola (Wanderley et al. 2007). Hemicriptófita (Araujo et al. 2009), a espécie foi encontrada com flores entre outubro e novembro, no inicio da estação chuvosa. Foi encontrada com frutos entre os meses de janeiro a março (Mantuano 2008). Ocorre no dominio fitogeográfico da Mata Atlântica ((Martinelli et al. 2008; Martinelli et al. 2009; Forzza et al. 2011), podendo ser encontrada em Restingas, Afloramentos Rochosos e Manguezais (Martinelli et al. 2009). Na Restinga, a espécie pode ser encontrada em Formação arbustiva fechada pós-praia, Formação arbustiva aberta não inundável (fácies baixa) e Formação arbustiva aberta não inundável (fácies alta), na região de Massambaba, RJ (Araujo et al. 2009). Assunção ; Nascimento (2000) indicam a ocorrência desta espécie em Formação Praial com Moitas, Formação de Clusia e Formação Mata de Restinga. A espécie pode apresentar crescimento clonal (Mantuano 2008; Mantuano ; Martinelli 2009) e rebroto após passagem de fogo, conforme Cirne et al. (2003) demonstraram.

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A espécie, apesar de abundante e amplamente distribuída na costa sudeste do Brasil (Wanderley et al., 2007; Mantuano; Martinelli, 2007; Mantuano, 2008; Moura et al., 2007), vêm sofrendo com a degradação e perda de seu habitat, além de pressão de extrativistas para comércio de plantas ornamentais (Biodiversitas, 2005). A beleza cênica da região costeira do Brasil e suas praias tem fomentado uma especulação imobiliária devastadora e sem precedentes em áreas onde N. cruenta ocorre. Trechos indicados como de alto risco de ocupação (Muehe, 1994), como o compreendido entre Itaúna e Lagoa Vermelha, no estado do Rio de Janeiro, vêm sendo aos poucos ocupados. Também as áreas ocupadas anteriormente pela tradicional atividade salineira vêm dando espaço a implantação de loteamentos e promovendo adensamentos populacionais nas áreas mais bem conservadas, cujo fluxo populacional é oriundo em grande parte de regiões metropolitanas. Esse novo contingente populacional, sem tradição com a cultura local e desconhecendo os recursos e as formas de uso, exercem pressão deletéria sobre recursos bióticos e abióticos agravando a conservação dessas áreas (Araujo et al., 2009). Os elementos de degradação mais graves responsáveis pela contínua redução das restingas são a expansão imobiliária, incluindo a grilagem de terras, a deposição de lixo sobre a vegetação e a remoção clandestina de areia. Além destes, segundo os autores, há várias outras atividades antrópicas mais freqüentes que causam degradação nos habitats de restinga, entre as quais se encontram a remoção da vegetação para a construção de estradas costeiras, destruição da vegetação pelo pisoteamento para acesso à praia e remoção de vegetação para estabelecer culturas (Rocha et al., 2003).

Ações de conservação (5):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo considerada "Deficiente de Dados" (DD).
Ação Situação
4.4.1 Identification of new protected areas needed
A espécie possui registros dentro dos limites dos Corredores de Biodiversidade, Central e Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).
Ação Situação
4.4.3 Management on going
A espécie possui registros dentro dos limites do Parque Nacional Restinga de Jurubatiba, APA Massambaba, APA Pau Brasil, ARIE Itapebussus, Parque Natural Municipal da Prainha, Reserva Biológica de Comboios, Parque Estadual Serra da Tiririca, entre outras ao longo de sua área de distribuição (Araujo et al., 2009; CNCFlora, 2011).
Ação Situação
3 Research actions on going
A espécie é amplamente cultivada com estudos sobre o desenvolvimento de mudas e a preferência por substrato desenvolvidos (Ferreira et al., 2005).